domingo, 19 de outubro de 2008

poetando

Não é que eu queira ficar,
apenas não sinto vontade de ir.
Não é que eu queira partir,
apenas me incomoda parar.
Não é que eu não pretenda explicar,
(ou que você não possa entender)
apenas não consigo demonstrar
a minha estranha vaidade de permanecer.

É uma maravilha,
é uma alegria que me invade
-noite e dia-
quando posso sair por aí
livre e solta
sem ninguém a me seguir.

Não é que você não possa vir,
é que talvez você também se perca
nessa minha imensidão sem cerca,
sem mapa, sem eira, nem beira.
E não é que seja ruim se perder,
mas têm pessoas que sempre tentam se achar
e eu não me importo em me deixar
em permanecer caminhando
e molhando meus pés no mar.

Não é que eu não goste de você,
gosto tanto
que ainda tento permanecer
entre dois mundos distintos
entre a areia embaixo dos meus pés
e as nuvens no céu a me chamar.

Se eu pudesse faria um samba
pra você entender esse meu coração
que não bate, balança.

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