terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Um pouco menos da tênue poesia
-e, talvez, eu não me entediaria-
Um pouco menos da sua infernal euforia
-e, ainda, eu amarga continuaria-
Um pouco menos de tudo
-e, quieto, continuaria o mundo-
Quieto como o falar de um mudo
Calmo como o ouvir de um surdo
Puro como o desejar da virgem
que no seu olhar calado consterna imundos pensamentos de vigários
e de grandes homens viris.

Um pouco menos de mundo
-e,talvez, eu criasse um verso
num dia nublado,calado e parado
que pra mim ainda não nasceu,
Mas continua inquieto e perverso-
Um pouco menos de rimas
e meus olhos se abririam para a vidaque não vi passar...

Um pouco menos, bem menos,quase nada,
Seria suficientemente grande
pra me atropelar a mente
Calma e quente
Como o embalo de uma canção de ninar.

Sôfrega e –um pouco menos- irreverente
mente nublada em dias de sol,
Ainda sente quente o palpitar infernal
Dos raios solares
Que fulgidos atravessam as nuvens transversais.
Poucos, quase nada, escuros, talvez.

sábado, 5 de janeiro de 2008

(Apenas um desabafo...Sem tentativa poetica)


É triste olhar pra dentro e ver todos os meus dias nublados
É triste e cansativo estar sempre sozinho,
Tendo somente a minha própria companhia.

É estranho ter como unico amigo o cão
-amigo eterno e fiel-
É triste precisar de forças e ter que tira-las do nada,
talvez do latido ou do olhar corajoso a sempre me acompanhar.

Ele é o unico que não se importou com o fato de eu não estar andando por quase um mes.
Ele foi o unico aqui em casa que não colocou todos os outros eternos secundários compromissos como prioridade.
E também é ele, o unico, que fica a me acompanhar, quando solitária tento voltar a andar.
Ou quando cansada tento desistir,
Ou,ainda pior, quando dolorida começo a chorar.

Ele esta sempre la. Me acompanhando, me incentivando, me amando independente do quao rapida eu possa caminhar, ou do quuao interessante eu possa parecer agora.

Sabe...É em momentos como esses que eu gostaria de receber um abraço, ao invés de palavras rudes que me deixam ainda mais pra baixo.
Mas eu me pergunto,quem se importa?
Além do meu eterno companheiro, eu sei, que sempre estarei sozinha...E a cada dia mais o mundo parece conspirar para querer me lembrar disso...

Sozinha,sempre sozinha.
Agora,acompanhada pelas muletas...Mas nem elas conseguem sustentar meu coração pesado de anos de solidão.