terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Um pouco menos da tênue poesia
-e, talvez, eu não me entediaria-
Um pouco menos da sua infernal euforia
-e, ainda, eu amarga continuaria-
Um pouco menos de tudo
-e, quieto, continuaria o mundo-
Quieto como o falar de um mudo
Calmo como o ouvir de um surdo
Puro como o desejar da virgem
que no seu olhar calado consterna imundos pensamentos de vigários
e de grandes homens viris.

Um pouco menos de mundo
-e,talvez, eu criasse um verso
num dia nublado,calado e parado
que pra mim ainda não nasceu,
Mas continua inquieto e perverso-
Um pouco menos de rimas
e meus olhos se abririam para a vidaque não vi passar...

Um pouco menos, bem menos,quase nada,
Seria suficientemente grande
pra me atropelar a mente
Calma e quente
Como o embalo de uma canção de ninar.

Sôfrega e –um pouco menos- irreverente
mente nublada em dias de sol,
Ainda sente quente o palpitar infernal
Dos raios solares
Que fulgidos atravessam as nuvens transversais.
Poucos, quase nada, escuros, talvez.

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