quarta-feira, 26 de setembro de 2007

E agora?

...E agora, foi-se tudo,
ate o doce sabor da amora.
E agora? O que sobra
de tantos passeios,
de tantos desejos,
de tantas auroras?
E agora, o que você faz,
quando abre a janela,
quando vislumbra o ceu,
quando procura por pedacos
de algo que sempre existiu
e agora partiu sem motivo,
sem aviso,
sem sinal?
E agora que tudo se foi
inclusive o doce sabor da amora,
inclusive o louco sabor do amor,
como voce vive sua vida
sem que haja nenhum sabor?
E agora que nao ha mais verde,
que nao ha mais rios,
que nao ha mais mares,
que nao ha mais aves,
que nao ha mais nada...?
E agora, de quem os poetas falam,
com quem se fazem metaforas,
com que se vive,
com que se ama,
do que se lembra
-ou o que podera se lembrar-?
E agora, que tudo eh passado,
me diga onde esta
sua sabedoria digna
de ignorancia?

...
E agora, meu caro filho,
Eu, DEUS, vos afirmo,
novamente expulso-lhe do paraiso,
afinal, o que sobrou de tudo isso?
Nao ha mais nada para a historia,
nao resta nada a ecologia,
foi-se embora o que podia
gerar a sua enorme hipocresia
baseada no saber...
Diga-me agora, onde eh que fica,
a sua riqueza,
o seu poder,
toda a sua tecnologia?

Onde esta a amendoeira da sua infancia?
Ou aquele lago do feriado?
Onde esta a alegria da primeira vez que viste um passaro?
Onde estao suas lembrancas,
suas memorias e esperancas?

O paraiso era tudo isso,
era seu mundo,
suas historias
e seus sonhos de criancas...

Voce culpou Adao e Eva,
julgava-se inocente,
e se recusava a andar
com o tal pecado original.
Embora agora, por sua ira,
em sua obra,
foi-se tudo...
Ate o doce sabor da amora!

E agora?
E agora?

O que levara como presente
da sua ausente e descrente
vitoria?

E agora?

-drika.

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