quinta-feira, 27 de setembro de 2007

...E depois de uma prova de geotecnologia, quem tem animo ou cabeca (pior ainda, vontade) de escrever uma poesia? Mas a gente tenta, a gente sempre tenta...Mesmo quando os neuronios nao respondem, a cabeca troca palavras, as maos doem demasiadamente e a dislexia (eh assim?) fica ainda mais intensa. A gente tenta... Afinal, o que seria de mim mesma se me retirassem todos esses versos e todas essas rimas? Se me retirassem a unica alegria e prazer que tenho nessa vida? Se me obrigassem a viver nesse mundo real, tao chato, tao cheio, tao feio? Certamente, nao seria nada. Nem sequer seria. Nem sequer estaria aqui. Nem sequer...Nem se quer. Nem queria...

Tumulto, falatorios, palavras e palavras
me perseguem, me seguem, me marcam.
Palavras ditas ao acaso,
palavras sonhadas,
palavras caladas
e palavras jogadas no vento.
Palavras ditas contra o espelho,
palavras proferidas em juramentos,
palavras ditas no casamento,
palavras faladas no instante de tormento!
Palavras! Palavras...
Vulgares, rudes, inatas.
Inconsequentes, destrutoras, dementes...
Palavras, e nada mais.
Palavras tao simples, tao puras,
com tanta paz.
Palavras ditas em silencio,
palavras berradas em devaneio,
palavras que ofendem,
palavras que apaixonam,
palavras dos amantes,
palavras dos que mentem
e palavras dos que explicam.
Palavras dos que deixam,
palavras dos que chegam,
palavras dos que idealizam.
Palavras, tao bobas, tao tolas...
Tao nada!
Palavras, letras e fonemas.
Barulhos, falas e poemas.
Gestos, marcas e ...
Palavras.
Me perseguem, me marcam,
me narram, me formam,
me falam, me ausentam,
me engradecem, me desmerecem,
me magoam, me animam,
me apaixonam, me odeiam,
me fazem ser apenas...
Palavras
e mais nada!
Assim...Tao bolas e tolas
que nem precisam ser rimadas.
Apenas palavras...!

-drika.

Um comentário:

Anônimo disse...

Palavras, palavras...
Como viver sem elas?
E como viver sem a poesia???